Sou místico, um astrólogo autodidata
Feito mistério envolto no mundo
Sou fogo leonino, aquele feixe de luz do astro rei
Eu sou o Soul e a poeira que o vento tirou do chão pra voar
Sou a semente pecadora, que espalha-se em bando de grão em grão
Até crescer como árvore de desejos
E desabar feito você em meu peito
Sou espelho quebrado, desmonto o desmontado pra prestar
Sou relógio sem ponteiro, o poeteiro maluco
Louco cogumelo colorido de ilusão
Que sonha em nunca acordar
E anda de costas pro tempo voltar
Sou facilmente refração
E fragmentos dos outros
Porque somos feitos do que nos passam
E fazemos os outros no que deixamos
Ninguém é nada sozinho
Mas eu também não sou ninguém
É o que dizem os gnomos do jardim.