terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tempo das Tristezas.

Quando chega o tempo das tristezas
Me isolo nos altos das montanhas escuras
Vivo da pesca e me banho com chuva
Sento em enormes amoreiras
E procuro uma cura
Em épocas de frio me agasalho
Com as lembranças de um passado qualquer
E em épocas de calor me refresco
Com os meus sentimentos mais frios
Todos os caminhos que lentamente percorri
Trouxeram-me para esse destino
E agora o leonino não consegue voltar.

Feitos Pra Acabar.

Assim como o tempo de um relógio sem lógica
Fomos feitos pra acabar
Como a luz que violenta cega
E nos cega pra iluminar

Assim como a estrada que marca um fim
Fomos feitos pra acabar
Tão cansados da subida que entrega
Que deixa pra depois roubar

Assim como as borboletas que só vivem algumas horas
Fomos feitos pra acabar
E nada machuca mais que existir
Não segurar as tristezas que saltam de mim.
Talvez a realidade seja insuficiente
Talvez a vida seja mesmo essa coisa breve
Que acaba no final de mais um dia
Me levando pra um infinito circular
E eu só gostaria de ainda ser um bebê
Pra ser protegido e não me proteger

É tão bonito olhar o céu e fazer parte dele
É o mesmo que se misturar as fumaças de cigarros
E deitar esperando que o outro dia seja melhor, nunca é
Mais um dia em que morro no final de 24 horas
E eu só queria ser como uma fênix
Renascendo das cinzas jogadas ao vento.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Olhar de Cego.

É difícil se encontrar em um lugar
Onde todas as pessoas desviam o olhar
Com olhos sempre de medo
Com olhos de cego
E as situações parecem não mudar
Alguma vez você sorriu sem enxergar?

Você espera abrir janelas e ver o sol
Mas panos negros cobrem sua visão
E você só quer ser iluminado
Você quer sair dessa caixa escura?
Você quer encontrar uma nova moldura?

Rasgue sua pele novamente e sinta dor
Você só quer acordar e esquecer do breu
Romper o hímen do mundo
Sair do útero e continuar protegido
Você agora está feliz?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Poema.

E eu que faço poemas
Poesias que tiro da vida
E versos que colho das árvores
Poeiras que tiro dos olhos
Crio o infinito e o guardo em palavras
É minha forma de expressão
Que luta pra ser absolutamente coração
Mas tudo é tão incompreendido ali fora
E essa é a forma que encontrei pra ignorar a vida
Empregando coisas que ninguém usa no dia-a-dia.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Afastei-me do mundo porque ninguém podia compreender minha mente
Todos acham que eu estou louco por ter olhos de ira o tempo todo
E o tempo todo alucinações e vozes secas me chamam
Nada parece satisfazer-me como deveria
E eu sinto as coisas afastando-se de mim cada vez mais
Acho que eu preciso de alguma coisa pra acalmar-me 
Acho que vou pirar qualquer hora dessas
Porque já vejo o céu desabando aos poucos em cima de mim
E eu não tenho forças pra guardar seus pedaços e reerguer-me 
Você pode me ajudar?


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Vida Inteira.

Você tem apenas esse segundo
Pra me amar a vida inteira
Você tem apenas a vida inteira
Pra pensar em devolver-me.

sábado, 8 de outubro de 2011

Guia do Tempo Cego.

O tempo aqui é cego
E o vento esquece de passar
O fogo que acendo logo apaga
E o meu jogo foi feito apenas pra ganhar

Vou caminhando dentro da minha mente
Me perdendo em cada pensamento
Sou cego como esse tempo
Que já cansa de passar.

Frutos Transcendentais.

Numa jornada de cor, a lua me convidou pra viajar
Cachorro de rua numa noite transcendental
Bueiro de estrelas no meu céu particular
Ordenou-me desfrutar dos frutos astrais
Onde fogueiras queimam estrelas
E florestas guardam um tesouro
Sonhos perdidos de ouro

As cores me abraçam e me cheiram
Meus olhos de cardume desaguam rio abaixo
E de baixo da minha pele cresce e floresce luzes
Que me fazem engolir realezas, Deuses e nobres
Minha mente salta e pulsa corações pobres
E meu nariz inala o perfume dos impuros
O amor cresce em cada toque
E as cores ficam cada vez mais fortes

Os ventos beijam meu rosto e colam contra meu corpo
As vozes querem dançar coladas ao meu ouvido
E eu me sinto suspenso como pó estrelar
Realidade misturada na fantasia azul
Alegria nua nos tocando a alma
E calma a lua morre e o sol nasce no cais
Fumaça sobre a guerra nunca mais.

Perturbador da Ordem.

Desacato a autoridade e nunca me dou mau
Sou um fora da lei e cheiro tão mal
Mesmo assim sou filho de rei
Eu mesmo faço a minha lei
E não me importo em perturbar
Ou de viver além da margem
Mas não vou mudar
Por não viver de forma popular

Me organizo na desordem exposta
E tenho propostas pra gastar
Eu respondo pra perguntar
E não tem erro que me falte
Sou pecado original da carne
Ponho a ordem no abate
E me chamam de anormal
Por querer uma liberdade por igual.

Brilho Solar.

Meu coração salta ao ver o céu e os raios de sol
Assim minha vida começou
Como a luz que existe nos olhos de um leão
Olhos de sol que existirá até o falecimento do ser
E eu gostaria que meus dias fossem assim
Luz lunar ao morrer
Que todos vivessem colados um a um
Que meus olhos não perdessem de vista o brilho
O brilho solar do viver.