quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Se até os peixes que são frios
E vivem no gelado possuem sentimentos
Porque você não consegue amar?
Quando eu tirar essa pele que colocaram em você
E você conseguir sentir o sol tocando o seu corpo
Vai conseguir respirar com seus próprios pulmões
Sem arrebentá-los como fazia antes
Então vai poder voar o mais alto que puder
E quando cair não vai chorar
Vai sorrir por ter conhecido o som que faz o vento
Seus pensamentos não vão ser esquecidos
Nem perdidos como tempo em que viveu na gaiola
Será que você vai suportar viver fora desse frasco?

Não vai se espantar quando ver toda essa sujeira
Porque a liberdade é incrível, mas ela também pode ferir
E isso não é mais novidade
Então é isso mesmo que você quer?
Talvez parte de você esteja pronta pra conhecer o mundo
E parte ainda esconde um medo de pisar fora da cama
Liberte todas as suas angustias
Ninguém pode te julgar
Por ser uma planta que não quis enraizar
E que paira feito ave no céu, liderando o movimento
Formulando o infinito como resto de extensão.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sistema Circular.

A saúde é um estado de espírito
E agora vocês se sentem tão bem
Muito além da pele que habitam
Que teimam e não querem voltar
Alguma coisa qualquer entre vocês morreu
E tem gente querendo encontrar
No olhar dos olhos gregos
Nas mãos espalmadas de Hamsá
O imaculado segredo
Que se esconde no útero do mundo
Em um mistério astral que rege o sol
Guardado em um universo de versos feitos e esquecidos
Porque a vida requer mesmo um pouco de sofrimento
Acreditar no que não existe
Ser gigante e tão pequeno
Sem tempo pra recuar uma milha
E se tivessem que cortar alguns sentimentos
Ou tivessem que esquecer o passado
Todos perderiam suas almas
Viveriam com um deserto no peito em carne viva
E andariam vazios pelos jardins floridos
Mas nada disso é novidade
Nem a realidade dessa existência
Que não consegue enxergar o seu fim
Religião ou ciência, nada disso parece funcionar
Quando algo está tão fora de controle
Como esse sistema circular.

sábado, 17 de dezembro de 2011

A Erva do Rato.

A erva do rato é a sombra
E a da sombra é o único brilho do sol
Que ilumina a pele tão cansada e mística
Que sempre procura a luz negra pra se proteger
Em um lugar onde nunca esteve antes
Onde a água tem gosto de vinho
E os pés podem tocar uma parte do céu
Cada dia é uma eternidade de prazeres
E as pessoas não quebram você em pedaços
Os laços são sempre de paz e não há dor
Nossas almas caminham livremente
E a erva do homem é o amor.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Poeta Por Acaso.

A voz oscila e paira numa tarde seca
Poeta por acaso
Escondido na pele em carne viva
Marcado a ferro e fogo, fumaça e cinza
Cinzeiro da noite cruzada
Espadas erguidas no ermo
Solidão de quem escreve o mundo
E constrói paredes de maravilhas
Pintadas com tintas do sol e da lua
Tão crua palavra fingida
De um palhaço trovador
Que se reinventa no tempo
Nos ruídos de um realejo
Nos sonhos doridos de um cantador
Buscador de verdades baratas
Um ator encenando um papel
Da vida que corre lá fora
Transformando a tristeza em poesia
E a alegria em mais um passo
Sem um destino exato pra ordenar
A razão existente no azul de amar
Na cicatriz que deixa sempre por um triz
A armadura imaculada da falsidade de uma atriz.