sábado, 16 de abril de 2011

Ponta do Acácio.

Desfruta o tempo
Como quem distrai lendo biografias
Respira teatro,  pesca sonhos
Indica livros
Transforma os atos
Dorme pra fugir da realidade
Enquanto vai morrendo cada dia um pouco
Tem gente que decora a vida na ponta da língua
Outros fazem rabiscos no próximo passo
Na ponta do acaso
E é por isso que Acácio acredita no relógio
E paralisa o ponteiro com belos retratos
Tirados dos esquadros de janelas aleatórias
E Pra ver se faz alguma coisa mais séria
Tenta trazer as estrelas pra perto do mar.

domingo, 10 de abril de 2011

Real Engenho.

As mãos pesadas torturam e vão
Trucidam sem piedade
Perdem o valor de acarinhar
E o coração de dor chora
Humano tão desumano
Pesada alma sem amor
Inocentes sentem o peso
O peso de parar no tempo
O vento do massacre covarde
Uma página difícil de virar
Revelando os olhos de medo
As lágrimas de cada mãe
De cada galho que perdeu sua flor
E as memórias marcadas nos azulejos
Nos quadros negros, nos livros
No escuro da vida
Na chama que se apagou
Na mente de quem teve a felicidade assassinada
Num toque mudo do realejo
Triste Real Engenho
Que em lágrimas virou um mar de flores
Agora ensina novos barcos
Por onde navegar.

domingo, 3 de abril de 2011

Estação dos Pêssegos.

Eu sou livre pra ser o que me der na telha
Pelo menos corro atrás disso
Luto por tudo que quero
E cantarei meu Soul se quiser

Eu sou livre pra aproveitar cada pedaço de chão
Amar por um instante qualquer besteira
Querer duas vidas em dois segundos
E se está certo ou errado, não importa
Porque pra mim está tudo bem

Você só vê o que as pessoas querem que você veja
Você só é o que querem que você seja

Você é livre pra estar onde quer que você queira
Porque a estrada pertence aos viajantes
E a vida é sua, o tempo é seu
Você pode rasgar o vento se quiser
Porque estamos na estação dos pêssegos
E já não somos mais tão cegos
Vemos as coisas simples do dia
O mundo nos detalhes miúdos.