quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Maçã.

Eu queria ainda saber as cores que você tem
Se o seu cheiro continua o mesmo
Se ainda se perde nas palavras
Ou se ainda vive o rock in roll em seu quarto

Como pode em um segundo não mais te conhecer
Achei que as cartas eram só pra mim
E que seu sorriso só vinha em minha direção
Triste ilusão de um idiota
Que nunca via a porta que você fechava
Mesmo abrindo uma janela pra me iludir

Teus gestos ainda estão guardados
Como uma forma de ti prender
Naquele mundo que era só nosso
E será que você ainda lembra?
Será que você ainda pensa em mim?

Nossas meia-conversas ficaram a ermo
Um meio-termo que você reduziu
Parece nunca ter existido
Diante de um amor que te entregava
E que você nunca me devolvia.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Você Sabe.

Você sabe que tem o gosto da minha mordida
Sabe que tem o abraço forte da minha partida
E é tão meu saber a hora da saída
E é tão teu dizer a hora da minha chegada

Você lê meus versos sempre mudos
Você vê meu olhar calado e surdo
E sabe o que fazer pra acalmar todo o meu surto
Peço desculpas pelo meu lado morto e curto

Você sabe que és a musa dos meus quadros
Sabe que guardei tua imagem em vários quartos
Envidracei o meu olhar em lentos passos
E pintei uma estrela por entre os galhos

Você sabe que eu danço no vazio
Sabe que o silêncio é meu som macio
E sabe que minhas cores não existem neste frio
É só utopia que naufraga esse navio.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Confusa Estação.

Os meios justificam o meu fim
Que descubro nos olhos refletidos de ira
Seis rosas cortadas não impedem a chegada da primavera
E eu não sei com quantas gotas se faz uma tempestade
Ou com quantas revoluções se faz um mundo de paz

Sei que a vitória alcançada está no sofrimento
Nas roupas rasgadas que cobrem as batalhas
Nos sorrisos de quem crê em um recomeço
Que prevejo não ter o fim de cada estação
Nem depois da vida arrancada de mim

Porque são coisas que o vento traz e depois leva
Que o pensamento ignora e depois eleva
Levemente como a queda de uma folha
Que não espera o tempo parar pra poder cair
Assim como as coisas que chegam
E depois precisam partir

Cada rei tem a coroa que merece
E todos nós o mesmo brilho do sol
O ouro universal do infinito guardado em mim
Meio fio de luz do astro rei à iluminar a vida seca
Nem uma nova estação é o fim de nenhuma nova tristeza.