terça-feira, 17 de maio de 2011

Noviços Tropicalistas.

Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor
No céu azul, azul fumaça
Essa nova raça
Saindo dos prédios para as praças
Tão, tão vivas quanto a morte
Não tem sul nem norte
E nem passagem
É ferro na boneca
É no gogó neném
E não se assuste pessoa
Se eu lhe disser que a vida é boa
Não se assuste pessoa
Se eu lhe disser que a vida é boa
Besta é tu, besta é tu
Porque enquanto eles se batem
Dê um rolê
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
Mostrando como é
E sendo como pode
Deixando a lei natural dos encontros
Se manifestar
Sendo o mistério do planeta
Um moleque do Brasil
Acordando toda gente
Tão sueve mé
Que suavemente
Abelha carneirinho
Misturando seu mel com bicarbonato de sódio
Só pra deixar a garganta em dias
Cobrindo sua surdez
Porque ja somos pessoas sem ódio
E no mais, tudo na mais perfeita paz
Pensando que tudo é futebol
Sem "preocupations"
Tenho 29 beijos pra lhe dar
Procuro 99 vezes, depois deixo pra lá
De um lado o olho desaforo
Que diz o meu nariz arrebitado
Que não levo para casa
Mas se você vem perto eu vou lá
Eu vou lá
Com 29 beijos pra lhe dar
Porque só nos seus olhos me vejo marrom
Que bom
Que bom que a menina ainda dança

domingo, 15 de maio de 2011

18:15

Era um convite pra morrer no pôr-do-sol
Debate sem conversa, carta sem destinatário
Prestava atenção na passagem do trem
E não mudava seu jeito em cada estação
Lia jornais da semana passada
Sujos de café, borrados de lágrimas
Nunca soube amar
Acostumou-se com sua rotina nublada
Sem sol, sem água
Sem festas, sem amigos, sem bebidas
Sem alguém que pudesse amar

Passava um tempo olhando sua janela
Sentada numa gasta cadeira de balanço
Seu relógio sempre parado
Sem pilha pra girar
Marcava a hora do sol cochilar
Mas um dia querendo mudar aquela vida
Pra nunca mais ter que sofrer
Na hora do sol morrer
Resolveu daquela janela se jogar
Rasgou o vento com seu corpo
Pra nunca mais voltar.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ventre Aquariano.

Procurei um esconderijo
Por entre as curvas do corpo dela
E me embriaguei com o cheiro que só ela tem
Mas sua retina atenta, sempre buscando a verdade
De boa aquariana que é
Revelou minha presença
E desfolhou cada palavra bonita
Que a muito tempo me engasgava
Entre gritos diante do espelho, portas fechadas no rosto
Um adeus qualquer e perdões no meio fio
Voltei a ser extremo no ventre dela
E até hoje não sei se é feita serena
Ou coberta de nervosismo
Se é louca ou altamente conservadora
Só sei que ela me ama
E vive como o tempo, nunca sendo a mesma
Mas seria tão melhor se ela soubesse
Que, na verdade, sou filho da poeira do céu
E escravo de tanto amor.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um dia sou ninguém
Outro dia multidão
As vezes moro em castelos
Outras vezes debaixo da poeira do chão
Tem dias que sou a cabeça do mundo
Todo dia coração vagabundo
Todo dia uma nova forma de ser
Algo diferente
Uma nova linguagem me ler
Pelas entrelinhas do seu português errado.