quarta-feira, 18 de abril de 2012

Queimando nos dedos
E morrendo no céu da boca
Perfazendo o caminho sinuoso do pecado
Desenhando as curvas do seu corpo
Com o traidor desejo do instinto
Que cega a retina e perfura a pele
Sempre em carne viva
Deixando a razão se perder
No imaculado segredo do seu ventre
Que sem regras se consuma
Em um desfrute doce
Envenenando o espírito ameno
E juntando os pedaços de solidão
Fazendo chover um mar
Em todo o deserto do corpo
E que terminam nas águas de amar.

Cinema Francês.

Eu queria ter um romance verdadeiro
Desses de cinema francês
Passear sob as luzes da cidade inteira
E rir do sotaque inglês

Ter uma fazenda
E jantar à luz de velas
Ter esse amor pintado em várias telas

Eu queria ter um romance verdadeiro
Desses de cinemas clichês
Ser heroi, um poeta, um roqueiro
E várias noites desiguais

Eu queria fazer desse amor um belo filme
E ninguém precisaria interpretar
Esse romance não seria passageiro
E não acabaria quando a filmagem terminar.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Mensagem Póstuma.

O seu tempo parou de continuar indo em frente
você teve que seguir as estrelas
quando o sol cansou de nascer
e iluminar seus olhos de mar

Meu ódio era uma desculpa para tentar esquecer
aqueles momentos de dor
que cortavam minha segunda pele
e me faziam chorar suas lágrimas de diamantes

Gostava do seu sorriso irônico
e do seu olhar de ira que fotografava as coisas feias
sempre curioso e assustado
sempre um mistério a desvendar

Cuide daquele anjo que chora
porque agora és ninfa do céu
e o pecado do homem não vai mais chegar em você
seja feliz nesse jardim até a última flor desprender

Seu espírito já não sente mais dor
embora o meu esteja sangrando por ausência
talvez eu ainda consiga respirar por algumas horas
ou o amor talvez me cure, mesmo depois de sangrar.



terça-feira, 3 de abril de 2012

Chuva.

Ela cai e faz acordes dissonantes
e distancia nossos sofrimentos
em cada gota de diamante
como os amantes costumam fazer
derretendo sob nossas cabeças
sempre inquietas e tristes
lavando nossos espíritos
com lágrimas do céu
e banhos astrais
com um perfume quase divino
que molha nossos encontros
e borra o que o destino outrora escreveu.