terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Olhar na Madrugada.

É no preto breu da madrugada
Preso na insônia calada
Que tudo o que se viveu antes faz sentido
Onde tudo encontra-se metido
No silenciar da mente vazia
Que transparece nos lentos olhos
E se misturam em passos tortos
Tal como as vozes atrapalhadas
Dos vagabundos, boêmios e canalhas, lá fora
Que sussurram raras filosofias
Nas ruas, nos bares, nos males da fossa fria
E nos prédios a Bossa rolando nova
Escondendo a lua quase morta pelo sol
Guardando em segredo pequenas incertezas
Pensando em tantas palavras que se apagaram
Sendo o reverso de tantas outras
De tantas loucas que não podem dormir
Então refletir é o que lhes restam
Esquecer seus olhos cansandos
No preto e branco retrato guardado
E lembrar de como seu sorriso mudou
E calou em cada noite mal dormida
E renasceu na outra madrugada
Na madrugada da cor dos olhos de Frida.

3 comentários:

  1. Carol ( @pititicalee )18 de janeiro de 2011 às 12:44

    Frida Kahlo?Hum...preciso falar?Fico impressionada com sua facilidade com as palavras...parece que sai sem o menor esforço.Sei lá faz uma música com esse teu dom e da pra alguém cantar...eu aceito =) Parabéns coração e desdeseca para vc ;)

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  2. Você provoca a insônia,com suas palavras interrompe o silêncio,é um relógio tropical despertando na calada da noite.

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