segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Confusa Estação.

Os meios justificam o meu fim
Que descubro nos olhos refletidos de ira
Seis rosas cortadas não impedem a chegada da primavera
E eu não sei com quantas gotas se faz uma tempestade
Ou com quantas revoluções se faz um mundo de paz

Sei que a vitória alcançada está no sofrimento
Nas roupas rasgadas que cobrem as batalhas
Nos sorrisos de quem crê em um recomeço
Que prevejo não ter o fim de cada estação
Nem depois da vida arrancada de mim

Porque são coisas que o vento traz e depois leva
Que o pensamento ignora e depois eleva
Levemente como a queda de uma folha
Que não espera o tempo parar pra poder cair
Assim como as coisas que chegam
E depois precisam partir

Cada rei tem a coroa que merece
E todos nós o mesmo brilho do sol
O ouro universal do infinito guardado em mim
Meio fio de luz do astro rei à iluminar a vida seca
Nem uma nova estação é o fim de nenhuma nova tristeza.

3 comentários:

  1. Gostei Acácio, é uma reflexão nascida do conflito, assim como já exaltava Heráclito de Éfeso em sua teoria do planta rei (Tudo flui), mas tudo flui a partir dos opostos em luta; o poema também me faz lembrar a filosofia de Schopenhauer onda tudo acontece segundo a lei da causalidade, e tudo flui a partir de um micro universo em constante relação com o cosmos, e assim segue a nossa existência, encontrando o clímax da essência humana na superação do sofrimento.

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  2. Me sinto desprovida de palavras para comentar algo tão único e belo.

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