Encontramos nas cinzas da noite um recomeço
alguma palavra que nos mova a um começo
aquela tristeza que nos mostra conforto
e qualquer certeza diante do absorto
Olhando de perto o caos da cidade delirante
buscando nas estradas alguém também errante
somos majestades de ferro segurando uma cura
com lágrimas do tempo amassando alguma pluma
O cordão ainda está preso em nossas palmas
e nada parece cortá-lo, tirá-lo de nossas almas
porque ainda somos como crianças cansadas
que sorriem, que sentam e ficam caladas
As cinzas de cigarro queimam em cada esquina
e no chão se misturam as gotas das tristezas vizinhas
com o coração de aço e poeira nos dentes
estilhaço de alma que congelam em tempo quente
Tempo e espaço nunca ficam parados
enquanto esconde teus mistérios em lentos passos
e deixa seus olhos meio abertos esperando um feixe de luz
ou qualquer sacrifício doloroso diante da ardente prata da cruz.
Caramba! Quantas maravilhosas palavras acabaram me deixando sem nenhuma na palma da mão. Maravilhoso!
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