terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Forasteiro.

Sou um cabra da peste
Difícil de lidar
Criado no agreste e rejeitado pelos pais
Por sonhar demais
Pensar demais e mais e mais
E quem acha que eu sou um zero à esquerda
Com certeza não me conhece
Sei das coisas do mundo
E não é atoa, não
A vida de vagabundo
Me fez sentir as coisas todas
Dia ruim tenho vários
Dia bom tenho todos
Cicatriz é consequêcia de quem vive
E sou cheio delas
Dentro e fora de mim
E pra disfaçar revivo aquele velho baião
Na estrada de barro, da poeira do chão
Do chinelo rasteiro
Rasteira multidão

Forasteiro feito aqueles do velho oeste
Já matei o diabo por três vezes
E três vezes mais se ele voltar
Porque eu vivo de baixo de sol
Encima do chão quente de morrer
Da estrada quente de rachar
E gosto dessa vida na mochila
Daquele compacto no fim da tarde
Do cacto quebrando a paisagem
E da fogueira inca feita natural
Do barzinho de quinta no meio do nada
Das prostitutas velhas e sujas no meio da cama
Do dinheiro roubado no meio da mesa
E no meio da goela pinga queimando
Queimando garganta à baixo
E a felicidade garganta à fora
Então eu grito o que eu sou
Um dez à direita
Aquele que matou o diabo
Diacho, levo a vida na cor.

3 comentários: