quarta-feira, 16 de março de 2011

Amnésia.

As vezes eu amo tanto
Que esqueço que estou ferido por tanto amar
Outras vezes tiro férias do mundo
E esqueço de voltar
Vivendo no esquecimento das coisas
Das coisas que queria lembrar
Minha memória se acostumou em falhar de tanto fingir esquecer
Vou assim me jogando nas falsas recordações
Tentando lembrar da voz dela nos meus ouvidos
Esquecidos como os vitrais daquela velha janela
Que de velhice ficaram opacos
Feito a memória do gosto dela na minha boca
E o tempo assim vai passando e apagando minhas lembranças
Desfolhando as fotografias guardadas
Rasgando a memória do mundo em fim
Criando simples situações pra ver se acredito
Inventado um momento que nem sei se existiu
Tentando iluminar a memória que teima em findar em mim.

Um comentário: