quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Farsa da Santa.

E some e some
Esquece meu nome
E devora minha garganta
Destrói, arrasa e finda
De tudo muito mais que linda
Ainda te quero como santa

E reza e reza
Com enorme devoção
Mas no meio da noite
Some e corre depressa
E não tem prece
Que segure esse coração

Missas, terços e santos
Sambas, amores e cantos
É dissimulada
Assim meio atirada
Rouba, engana e mata
E mata de tanto amor
E mata de tanto amar
Essa é a farsa da Santa

O dia em você se mescla
A noite em você é festa
E nos teus braços o calor
E nas tuas mãos minha dor

Com o pudor das Santas
De todos que amou
Tira lágrimas das gargantas
E depois esquece e cresce
Todas as preces que antes orou

E depois de todo mal
Que você me causou
Eu que vou rezar
Você que me incendiou
E eu que vou pagar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário